(Médium, senhora
Costel.)
Os
Espíritos podem avançar intelectualmente, se o querem sinceramente e com
firmeza; eles têm, como os homens, seu livre arbítrio, e o seu estado
errante não impede o exercício de suas faculdades; ajuda-os mesmos
dando-lhes os meios de observação que podem aproveitar.
Os maus Espíritos não são fatalmente condenados a permanecer como
tais; podem se melhorar, mas o querem raramente, porque lhes falta
discernimento, encontram uma espécie de prazer malsão no mal que fazem.
Para que eles retornem ao bem, é necessário que sejam violentamente
atingidos e punidos; porque seus cérebros tenebrosos não se esclarecem
senão pelo castigo.
Os Espíritos fracos não fazem o mal por prazer, mas não avançam,
são retidos pela sua própria fraqueza, e por uma espécie de
entorpecimento que paralisa as suas
faculdades; veem sem saber
onde; o tempo passa sem que o meçam; interessam-se pouco pelo que veem;
e disso não tiram proveito ou com isso se revoltam. É necessário ter
chegado a um certo grau de adiantamento moral para poder progredir no
estado de erraticidade; também esses pobres Espíritos escolhem
frequentemente muito mal as suas provas; eles procuram, sobretudo, estar
o melhor possível na sua vida carnal, sem muito se inquietar do que se
lhes sucederá além dela. Esses Espíritos fracos aspiram ardentemente à
encarnação, não para se depurarem, mas para viverem ainda. Os seres que
cumpriram muitas migrações são mais experientes do que os outros; cada
uma de suas existências depositou neles uma soma de conhecimento mais
considerável; eles viram e retiveram; são menos ingênuos do aqueles que
estão próximos de seu ponto de partida.
Georges.